sábado, 4 de dezembro de 2010

Por onde andei...



Queridos, amigos e fiéis leitores,
Gostaria de dizer que fiquei muito emocionado com a preocupação de todos, e gostaria de agradecer citando o nome de cada um, mas, não dá pra lembrar o nome de todos vocês dois.

Nos últimos dias estava já em minha residência e por acaso resolvi abrir o computador e visitar o meu velho e abandonado blog, quando vi este post (abaixo) emocionante de um de meus leitores mais fiéis. Alegro-me por saber que há alguém tão assíduo em minhas postagens que prontamente percebeu minha falta após 10 meses fora do ar. Confesso que deixei uma lágrima fluir pelo meu olho esquerdo, já que o direito não está funcionando tão direito assim desde os acontecimentos que sucederam aos fatos que resultaram no meu confinamento compulsório. Claro que pretendo pormenorizar o ocorrido, entretanto quero primeiro introduzi-los no contexto histórico que envolve todo o caso, bem como falar um pouco ao coração de cada um de meus fãs.

Não estive ausente por vontade própria, como já disse foi uma estadia forçada, um ano sabático, um exílio político que não fazia parte de meus planos, mas que me fizeram ver a vida com outros olhos, especialmente o direito que passou por um transplante do globo ocular e cujas córneas foram trocadas por veias safenas.

Durante o mês de janeiro deste ano, fui, sem falsa modéstia, ovacionado pelo público e pela crítica em virtude de meu sucesso secreto na ABRACADABRA - Academia Brasileira de Cientistas Anônimos e Desconhecidos para Assuntos Brasileiros. Tal acontecimento demandou a criação de um canal onde eu pudesse me relacionar diretamente com o público. Após usar alguns canais nada higiênicos, resolvi tentar a internet e logo descobri o maravilhoso mundo dos blogs. Ali, seria livre para expor minhas idéias e opiniões, sem que o “sistema” interferisse, como faz nas grandes colunas dos grandes jornais deste grande país supostamente democrático.

Após alguns dias partilhando uma porção de meus conhecimentos, fui surpreendido por um vírus terrível e mortal. Fiquem calmos, estou falando de um arquivo maldoso que invadiu meu computador impedindo que continuasse a escrever minhas mensagens. De onde partiria aquilo? Pensei. Seria pelo fato de ter visitado sites impróprios na noite anterior? Seria pelo fato de ter clicado no link deixado por um desconhecido no meu Orkut cinco minutos antes? Não! Claro que não. Meu PC não funcionava, pois o “sistema” estava sentindo-se acuado pelas minhas palavras ácidas, e “alguém” quis me tirar do ar. Imediatamente, fui até meu vizinho para usar seu PC. Sua filha, uma ninfeta de 18 anos, me atendeu sozinha e somente de Baby doll, olhando-me nos olhos enquanto lubrificava os lábios com a ponta da língua. Não resisti e enquanto ela se distraiu com aqueles movimentos estranhos corri até seu quarto e entrei no Google. Ao digitar meu nome, percebi que Encéfallo de Váccuo era um desconhecido. Enfim, o Sistema não iria me permitir existir. Logo eu deveria ser extirpado, ou tomar uma atitude. Acabei tomando.

No dia seguinte fui à primeira favela e desafiei o primeiro traficante dono da primeira boca da primeira viela que encontrei. Afinal o “sistema” tem no crime organizado um de seus braços mais fortes.
Após ser preso, torturado e ter meu olho arrancado pela raiz pelo chefe da gangue, um inocente garoto de nove anos, consegui uma fuga espetacular dentro do caminhão de lixo, disfarçado de integrante do Restart. Difícil depois foi convencer o gari que eu realmente não era um lixo.
Após uma estada numa aldeia indígena no pantanal mato-grossense onde o cacique usou de toda sua sabedoria para implantar um olho de jacaré do papo amarelo em minha fossa ocular fiquei totalmente restaurado, e tudo estaria perfeito se eu não tivesse que fazer uma pequena cirurgia no Albert Einstein corrigindo a merda que o cacique f.d.p. fez no meu olho. Hoje tenho uma visão muito mais esquerdista do muito.
Agora, estou de volta. Não será ninguém, nem mesmo o Google que irá me fazer desistir. Sendo assim, volto inspirado pelas últimas campanhas eleitorais, uma vez que fui obrigado a assistir a vários programas políticos, em meu período de exílio, recheado de mulheres frutas e palhaços analfabetos, o que engrandeceu em muito minhas doutrinas político-sociais. Desta inspiração nasceu o soneto abaixo que trago em primeira mão:

VASO TUPINIQUIM

Admirável peça de proveito ímpar
Receptáculo da mais prosaica obra
Legando à alma leve e mui mais limpa
A visceral pureza que expectora

Utilizado por notáveis soberanos
Um trono honrado a brancos e a pretos
Esteticista imóvel em muitos anos
Bem como velhos parnasianos sonetos

A dor que deveras padeço pelas tripas
Liberto em ti meu utensílio ilustre
Divã no qual assenta os pontos críticos

Côncavo tal qual a concha de Brasília
Onde se põem sedimentos de embuste
Sanitário trono dos nobres políticos

Encéfallo de Váccuo